Oração inicial
Deus Benigno de
infinita caridade que nos amastes tanto e que nos destes em vosso filho a
melhor prenda de vosso amor, para que,
encarnado e feito nosso irmão no seio da Virgem, nascesse em um presépio para nossa saúde e remédio; vos damos graças por
tão imenso benefício. De volta vos oferecemos,
Senhor, o esforço sincero para fazer deste vosso mundo e nosso, um mundo mais
justo, mais fiel ao grande mandamento de
nos amarmos como irmãos. Nos conceda, Senhor, vossa ajuda para poder realizá-lo. Vos pedimos que este
natal, festa de paz e alegria, seja para nossa comunidade um estímulo a fim de que, vivendo como irmãos,
procuremos mais e mais os caminhos da verdade, da justiça, do amor e da paz.
Amém
(Rezar 1 Pai
Nosso)
.- Meditações
1º Dia -
Vamos repensar nossos
valores de modo que o Natal seja o que deve ser: uma festa dedicada à RECONCILIAÇÃO. Dedicada ao perdão
generoso e compreensivo que aprenderemos com um Deus compassivo.
Com o perdão do Espírito
Santo podemos nos reconciliar com Deus e com os irmãos e andar em uma vida nova. É a boa notícia que São Paulo exclamou em suas
cartas, tal como lemos em sua epístola aos Romanos ( 5, 1 – 11).
Viver o natal é apagar as ofensas se alguém nos ofendeu, e é pedir perdão se
tivermos ofendido a outros. Assim, do perdão nasce a harmonia e construímos
essa paz que os anjos anunciam em Belém: Paz na terra os homens que amam ao
Senhor e se amam entre si. Os seres humanos podem nos ofender com o ódio ou
podemos ser felizes em um amor que reconcilia. E essa boa missão é para cada um
de nós: ser agentes de reconciliação e não de discórdia, ser instrumento de paz
e semeadores de fraternidade.
2º Dia –
O segundo dia é dedicado à
COMPREENSÃO. Compreensão é uma nota
distintiva de todo verdadeiro amor.
Podemos dizer que a
encarnação de um Deus que se faz homem pode ser a chave desse grande valor
chamado compreensão. É um Deus que fica em nosso lugar, que rompe as distâncias
e compartilha nossos afãs e nossas alegrias. É graças a esse amor compreensivo
de um Deus pai que somos filhos de Deus e irmãos entre nós. Deus, como afirma
São João, nos mostra a grandeza de seu amor e nos chama a viver como filhos
dele. Ler a primeira carta de João ( 3, 1 –
10). Se verdadeiramente atuarmos como
filhos de Deus não imitamos Caim, mas "damos a vida pelos irmãos" Com
um amor compreensivo somos capazes de ver as razões de outros e sermos
tolerantes com suas falhas.
Se o NATAL nos tornar
compreensivos será um excelente Natal.
Feliz Natal é aprender a
nos colocarmos no lugar dos demais.
3º Dia –
O Terceiro dia é dedicado
ao RESPEITO.
Uma qualidade do amor que
nos move a aceitar os outros tal como são.
Graças ao respeito
valorizamos a grande dignidade de toda pessoa humana feita à imagem e
semelhança de Deus, embora essa pessoa esteja errada.
O respeito é fonte de harmonia
porque nos anima a valorizar as diferenças, como o faz um pintor com as cores
ou um músico com as notas ou ritmos.
Um amor respeitoso nos
impede de julgar os outros, manipulá-los ou querer moldá-los a nosso tamanho.
Sempre que penso no
respeito vejo Jesus conversando amavelmente com a mulher samaritana, tal como o
narra São João no capítulo quarto de seu evangelho.
É um diálogo sem
recriminações, sem condenações e no qual brilha a luz de uma delicada
tolerância.
Jesus não aprova que a
mulher não conviva com seu marido, mas em lugar de julgá-la, a felicita por sua
sinceridade. Atua como bom pastor e nos ensina a ser respeitosos se de verdade
queremos nos entender com os demais.
4º Dia –
O quarto dia é dedicado à SINCERIDADE.
Uma qualidade sem a qual o
amor não pode subsistir, já que não há amor onde há mentira. Amar é andar na
verdade, sem máscaras, sem o peso da hipocrisia e com a força de integridade.
Só na verdade somos livres
como anunciou Jesus Cristo: João 8, 32. Só sobre a rocha firme da verdade pode
se sustentar uma relação nas crises e nos problemas. Com a sinceridade ganhamos
a confiança e com a confiança chegamos ao entendimento e à unidade. O amor
ensina a não agir como os egoístas e os soberbos que acreditam que sua verdade
é a verdade.
Se o Natal nos aproximar
da verdade é um bom Natal, é uma festa em que acolhemos Jesus como luz
verdadeira que vem a este mundo: João 1, 9. Luz verdadeira que nos afasta das
trevas nos move a aceitar a Deus como caminho, verdade e vida. Que nosso amor
esteja sempre iluminado pela verdade, de modo que esteja também favorecido pela
confiança.
5º Dia –
Toda a Bíblia é um diálogo
amoroso e salvífico de Deus com os homens. Um diálogo que atinge sua
plenitude quando a Palavra de Deus que é Seu Filho, se faz carne, se faz homem,
tal como narra São João no primeiro capítulo de seu evangelho.
De um Deus apoiado na
sinceridade, assegurado no respeito e enriquecido pela compreensão, é o que
necessitamos em todas nossas relações.
Um diálogo em que
diariamente "nos revestimos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão
e paciência". ( Colossenses 3, 12.)
O diálogo sereno que brota
de um sincero amor e de uma alma em paz é o melhor presente que podemos nos dar
em Dezembro. Assim evitamos que nossa casa seja um lugar vazio de afeto onde
andamos dispersos como estranhos sob o mesmo teto.
Deus concede a todos o dom
de se comunicar sem ofensas, sem julgamentos, sem altivez, e sim com apreço que
gera acolhida e aceitação mútua.
6º Dia –
O Sexto dia para valorizar
a SIMPLICIDADE.
Simplicidade que é a
virtude das almas grandes e das pessoas nobres.
Simplicidade que foi o adorno de Maria de Nazaré tal como ela mesma o proclama em seu canto de Magníficat. "Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador porque olhou a humildade de sua serva" (Lucas 1, 47 – 48.)
Simplicidade que foi o adorno de Maria de Nazaré tal como ela mesma o proclama em seu canto de Magníficat. "Meu espírito se alegra em Deus meu Salvador porque olhou a humildade de sua serva" (Lucas 1, 47 – 48.)
Natal é uma boa época para
desterrar o orgulho e tomar consciência de tantos males que conduzem a soberba. Nenhuma virtude nos aproxima tanto
dos demais como a simplicidade e nenhum defeito nos afasta tanto quanto a
arrogância.
O amor só reina nos
corações humildes, capazes de reconhecer suas limitações e de perder a
altivez. É graças à humildade que agimos
com delicadeza, sem nos acharmos mais do que ninguém, imitando a simplicidade de um
Deus que "se despojou de si mesmo e tomou a condição de servo" (Filipenses 2, 6 - 11).
Crescer em simplicidade é
um admirável presente para nossas relações.
Recordemos que nesta
pequenez há verdadeira grandeza, e que o orgulho acaba com o amor.
7º Dia –
Sétimo dia, para crescer em
GENEROSIDADE.
É a capacidade de dar com
desinteresse onde o amor ganha a corrida do egoísmo. É na entrega generosa de
nós mesmos que se mostra a profundidade de um amor que não se esgota nas palavras.
E isso é o que celebramos
no Natal: o gesto sem par de um Deus que dá a si mesmo. Isso São Paulo destaca: "soberba também na
generosidade... pois conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo o qual sendo rico, por vós se fez pobre
para que vos enriquecêsseis com sua pobreza".
É uma passagem bíblica em
que o apóstolo convida aos Coríntios a compartilhar seus bens com os
necessitados. (2Cor 8, 7 - 15).
Sabemos amar quando
sabemos compartilhar, sabemos amar quando damos o melhor de nós mesmos em lugar de dar
apenas coisas.
Tomemos pois, a melhor
decisão: dar carinho, afeto, ternura e perdão; dar tempo e dar alegria e
esperança.
São os presentes mais
valiosos e não custam dinheiro.
Demos amor, como dizia São
João da Cruz: onde não há amor coloques amor, e terás amor.
8º Dia –
Oitavo dia: para assegurar
a FÉ.
Uma fé que é firme quando
nasce de uma relação amistosa com o Senhor.
Uma fé que é autêntica se
está confirmada com as boas obras, de modo que a religião não seja apenas de rezas, ritos e
tradições.
Precisamos cultivar a fé
com a Bíblia, a oração e a prática religiosa porque a fé é nosso melhor apoio
na crise.
Necessitamos de uma fé
grande em nós mesmo, em Deus e nos demais. Uma fé sem vacilações como queria
Jesus: (Marcos 11. 23).
Uma fé que ilumina o amor
com a força da confiança, já que "o amor em tudo crê". (1Cor 13, 7.)
A FÉ é a força da vida e
sem ela andamos à deriva. Razão tinha Publio siro ao dizer: aquele que perdeu a fé, já não tem
mais nada a perder.
Que bom que cuidássemos de
nossa fé como se cuida de um tesouro!
Que bom que nos possam
saudar como à Virgem!: "Feliz és tu que acredistaste ". Lc 1, 45.6.-
9º Dia –
Nono dia para reavivar a ESPERANÇA e o AMOR.
O amor e a esperança
sempre vão de mãos dadas com a fé. Por isso em seu hino ao amor nos mostra São Paulo que o amor crê sem limites e espera
sem limites. (1Cor 13, 7)
Uma fé viva, um amor sem
limites e uma esperança firme são o incenso, e ouro e a mirra que nos dão ânimo
para viver e coragem para não cair.
É graças ao amor que
sonhamos com altos ideais e é graças à esperança que os alcançamos.
O amor e a esperança são
as asas que nos elevam à grandeza, apesar dos obstáculos e das injustiças
Se amarmos a Deus, amamos
a nós mesmos e amamos a outros, podemos obter o que sugere São Pedro em sua
primeira carta: "estejam sempre dispostos a dar razão de sua esperança.
Com doçura, respeito e com uma boa consciência". 3, 15 - 16.
Se acendermos a chama da
esperança e o fogo do amor, sua luz radiante brilhará no novo ano depois que se apaguem as
luzes do natal.
Oração ao Menino
Deus
Senhor, Natal é a
lembrança de teu nascimento entre nós, é a presença de teu amor em nossa
família e em nossa sociedade. Natal é
certeza de que o Deus do céu e da terra é nosso pai, que tu, Divino Menino, é
nosso irmão.
Que esta reunião junto a
teu presépio nos aumente a fé em sua bondade, comprometa-nos a viver
verdadeiramente como irmãos, nos dê valor para matar o ódio e semear a justiça
e a paz. Ó Divino Menino, ensina-nos a compreender que onde há amor e justiça,
ali estas tu e ali também é natal.
Amém.
fonte:
www.mariamaedaigreja.org.br